m seu livro de estreia na poesia, a escritora e cordelista Jarid Arraes dedica seus poemas àqueles que não encontram matilha. Àqueles que procuram um buraco para chamar de seu – talvez toca, talvez a cova íntima que nem sempre encontramos quando precisamos de abrigo. Nas quatro partes do livro – Selvageria, Fera, Corpo Aberto e Caverna – Jarid cava fundo, com unhas e presas, em busca desse lugar. Revira lembranças de sua infância no Cariri, cercada da intolerância e do machismo, mas também cercada da poesia dos homens que inspiraram seu pai e seu avô, ambos cordelistas, e a despertaram para o universo literário. O que sempre faltou nessa época foi a voz de mulher, que ela se encarregou de resgatar em seus dois primeiros livros, “As lendas de Dandara” e “Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis”. Descobrir-se mulher e depois negra intensificou essa busca, levando Jarid a mergulhar na política de classe, de raça e de gênero em seus cordéis que subvertem a tradição nordestina. Em “Um buraco com meu nome” – que também inaugura o selo literário Ferina, voltado à descoberta de autoras brasileiras – a política ganha contornos líricos, mas continua presente em cada verso. UMA MULHER PERGUNTA há tardes e pequenos espaços de tempo em que uma mulher pergunta de que adianta se as mãos dos homens dirigem o metrô e os ônibus os carros blindados as motos que serpenteiam entre corredores breves se as mãos dos homens assinam os papéis e carimbam autorizam o prontuário a entrada e a
Peso: | 0,235 kg |
Número de páginas: | 160 |
Ano de edição: | 2018 |
ISBN 10: | 8598349593 |
ISBN 13: | 9788598349596 |
Altura: | 21 |
Largura: | 14 |
Comprimento: | 1 |
Edição: | 1 |
Idioma : | Português |
Tipo de produto : | Livro |
Assuntos : | Poesia e Poemas |
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