Eis uma fotografia instantânea de uma população numerosa: centenas de vultos de mulheres pobres, negras, desfilam ante os olhos do leitor, mostrando a passagem maciça da escravidão para outra condição servil, a de doméstica nos fins do século XIX. Quadro que ainda nos é parcialmente familiar. Dizia um brasilianista europeu: “Não dá para entender o Brasil sem considerar uma figura que lhe é peculiar: a empregada doméstica”. O período escolhido por Lorena Féres da Silva Telles presta-se como nenhum outro a uma leitura ideológica, uma leitura que leva em conta a manifestação da mentalidade da classe dominante e da classe subalterna. Lidando com contratos de trabalho e com a crônica policial, a historiadora faz vir à tona vários aspectos relevantes do cotidiano popular de São Paulo daquele fim de século XIX e começo do século XX. Conforme os registros policiais, a extrema miséria nas mulheres sempre se confundiu com vagabundagem e prostituição. Isso agravado pelo preconceito de cor. O processo de retificação faz da doméstica um corpo a ser explorado, alienado. As investidas dos patrões não são seguidas, a não ser aleatoriamente, por garantias jurídicas que instituam uma igualdade entre manceba e esposa, ou entre os filhos naturais e os legais. Dessa maneira, o livro que agora é publicado é rico de observação nesse sentido.
Peso: | 0,375 kg |
Número de páginas: | 344 |
Ano de edição: | 2013 |
ISBN 10: | 857939192x |
ISBN 13: | 9788579391927 |
Altura: | 21 |
Largura: | 14 |
Comprimento: | 2 |
Edição: | 1 |
Idioma : | Português |
Tipo de produto : | Livro |
Assuntos : | História Geral |
Assuntos : | Mulheres |
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