José J. Veiga foi um cidadão do mundo da fantasia plena, aquela região misteriosa onde os sonhos se intrometem na realidade e fenômenos estranhos sacodem os alicerces da razão e zombam da lógica. A sua obra de ficcionista está povoada por fantasmas bonachões, nada fantasmagóricos (no sentido usual do termo), mais capazes de encantar do que assustar, objetos que se humanizam, mas também de casos de horror, mistério, sobrenatural, estranhos, por vezes terríveis, quase sempre com um sentido de alegoria. Ou de parábola kafkiana, como no conto “A Máquina Extraviada”, uma assustadora reflexão sobre a falta de sentido da vida humana. Parábola, apólogo ou alegoria, surrealismo ou realismo mágico, a ficção de José J. Veiga é mais libertação do que evasão, libertação dos estreitos limites da realidade física, das impossibilidades materiais, abertura ao onírico, à janela para o caos, aos apelos do desconhecido, mas sempre contida pelo senso crítico, a preocupação de não resvalar no extravagante pelo extravagante. Sob a nudez forte da fantasia, o escritor estende o manto diáfano da inquietação com os destinos e limites do ser humano e do simbolismo social. A Hora dos Ruminantes foi até interpretada como apólogo político, inspirado no movimento militar de 1964, o que o transformaria em autor engajado. Veiga negou com veemência, afirmando ter escrito a obra antes do fato. O que não a impediu de se ajustar à situação como uma luva. Mas nem tudo são símbolos ou apólogos. Há também contos ext
Peso: | 0,215 kg |
Número de páginas: | 176 |
Ano de edição: | 2009 |
ISBN 10: | 8526002287 |
ISBN 13: | 9788526002289 |
Altura: | 21 |
Largura: | 14 |
Comprimento: | 1 |
Edição: | 4 |
Idioma : | Português |
Tipo de produto : | Livro |
Assuntos : | Literatura Nacional |
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