Romance de João Almino, quinto de uma série ora focalizando o período fundador, vem confirmá-lo a contragosto na posição de romancista de Brasília. Mas caveat lector, o leitor que se cuide. A pletora de anotações históricas e até estatísticas escamoteia o terreno minado pela natureza da ficção. A farândola social é orquestrada candangos, empreiteiros, aproveitadores das negociatas o pai do narrador é um deles, idealistas, políticos, místicos da seita salvacionista. Registram-se escrupulosamente os visitantes. Sabemos que Aldous Huxley, Fidel Castro, André Malraux, Foster Dulles, John dos Passos, Elizabeth Bishop, e tantos outros, lá estiveram. Juscelino Kubitschek presidia a República e o engenheiro Bernardo Sayão conduzia as obras, quando foi morto por uma árvore que tombava. O relato pretende-se composto num blog, incorporando os palpites de outros blogueiros. Entretanto, o leitor já de início tudo colocou sob suspeita, indagando-se por que João Almino é mencionado nos agradecimentos, enquanto o narrador se chama João, nas escassas vezes em que seu nome vem à baila. Manhas da ficção. Aos poucos vai surgindo, qual flor carnívora, a enfeitiçar o incauto com fragrâncias e cambiantes, o imaginário do pseudocronista da capital. Quando o leitor cai em si, foi tragado Brasília erigiu-se em microcosmo e metáfora do país, do universo, da existência, ou desse torvelinho vertiginoso que é a subjetividade. Walnice Nogueira Galvão
Peso: | 0,32 kg |
Número de páginas: | 240 |
Ano de edição: | 2010 |
ISBN 10: | 850108980x |
ISBN 13: | 9788501089809 |
Altura: | 21 |
Largura: | 14 |
Comprimento: | 1 |
Edição: | 1 |
Assuntos : | Romance |
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