Preso a uma cama de hospital, Mané sonha com as setenta e duas virgens que cabem a todo mártir da fé. A saga improvável desse Muhammad Mané, craque do futebol com vocação para anti-herói, confirma o lugar do autor entre os melhores narradores brasileiros da atualidade. Setenta e duas são as virgens que cabem a todo mártir da fé, reza a tradição islâmica, e não há de ser diferente no caso de Muhammad Mané, ou seja, Manoel dos Santos, promessa do futebol alemão e internacional, recém-converso e recém-imolado - sabe-se lá se pelas melhores razões - à fé de Alá. Setenta e duas, todas belas e amoráveis, dando mole como nunca em vida, recendentes a maionese e eucalipto. O Paraíso parece ser bem bacana. Mas não. Preso a uma cama de hospital em Berlim, à beira da morte, Mané desfruta, enquanto é tempo e de uma só vez, tudo o que lhe foi sistematicamente negado ao longo da vida breve e da carreira ainda mais: sanduíches regados a maionese, mulheres lascivas e maternais, seios protéticos e orifícios com odor de eucalipto, sem as perebas, secreções e borrachudos de sua miserável cidade natal, Ubatuba, no litoral paulista. Mas não. Pois mesmo em sonhos está reservada ao atleta a revelação de que, afinal, "é tudo Inferno". É claro que tudo poderia ser diferente, se ao menos os técnicos e as psicólogas não fossem tão obtusos, se os colegas não fossem tão cruéis, se a mãe não bebesse tanto, se Uéverson, o impagável centroavante que prefere viver o paraíso na Terra, não fosse tão obcecado p
Peso: | 0,692 kg |
Número de páginas: | 456 |
Ano de edição: | 2006 |
ISBN 10: | 8535907866 |
ISBN 13: | 9788535907865 |
Altura: | 23 |
Largura: | 16 |
Comprimento: | 2 |
Edição: | 1 |
Idioma : | Português |
Tipo de produto : | Livro |
Assuntos : | Literatura Nacional |
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