Sinopse

...Ah, o intelecto sempre bate a bengala no chão e braveja quando desconhece algo. Percipita-se em anunciar um anacronismo, vigente, nos eventos. Não que seja possível, claro, separar corpo de intelecto, isso é bobagem. Como poderíamos sentenciar: “Agora vou viver somente com a razão. Corpo: aguarde”. Somos tudo junto e misturado, eu sei. Esqueces-te que sou sábio? A questão é que duas sentenças me protegem nesse tipo de alegação. A primeira é que somos hipócritas, e mesmo sabendo das minhas limitações hei de nega-las. Isso me diverte. A tua indignação me diverte. A segunda é que operamos com vestígios do que nos constitui, do que nos auxiliou no processo de conformação. E quem me instruiu jurava de pés juntos, preste atenção transeunte, eu disse de “pés juntos”, que os seres poderiam ser cérebros que, deixando o corpo em cabides, poderiam passar o dia gestando teorias em uma espécie de vácuo intelectual. Comédia. Digo-te, a vida é um teatro e cada peça engraçada inventa-se. Jamais poderíamos nos comunicar sem o corpo, o mais belo da linguagem é o dito pelo movimento, miseráveis, e não pelo verbo. Vou usufruir deste embalo filosófico para comunicar-lhes a resposta do m...Eu não acredito. Seria isto possível?...

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