A certa altura de seu romance Ilusões perdidas, Balzac refere-se a uma obra então muito difundida entre jovens parisienses ?ávidos por leituras e desprovidos de dinheiro?. Trata-se da misteriosa narrativa que se apresenta aqui ao leitor brasileiro, a qual Thomas Mann caracterizou como ?novela fantástica?, apoiando-se certamente na breve definição formulada por Goethe em 1827: ?Pois que outra coisa é a novela senão um acontecimento inaudito??. Em torno de um episódio dos mais peculiares (a troca da sombra por uma inesgotável ?bolsa da fortuna?), Chamisso elaborou uma história que, desde a sua publicação em 1814, vem suscitando as mais variadas interpretações. Pois o que significa propriamente essa sombra que o ambicioso Schlemihl cede ao ?maligno? e cuja falta o faz mergulhar na mais profunda miséria humana, que ele só consegue superar ? agora então como botânico ? mediante um retorno à natureza de caráter maravilhoso, mas também tipicamente rousseauniano? Simbolizaria a ausência de sombra uma condição vivenciada pelo próprio Chamisso, a do homem sem pátria e sem raízes? Estaria a sombra figurando a solidez burguesa, o prestígio social calcado na aparência? Seria ela enfim uma espécie de ?alma exterior?, para recorrer aqui à famosa teoria esboçada por Machado de Assis no conto ?O espelho??
Peso: | 0,228 kg |
Número de páginas: | 136 |
Ano de edição: | 2003 |
ISBN 10: | 8574480649 |
ISBN 13: | 9788574480640 |
Altura: | 21 |
Largura: | 14 |
Comprimento: | 1 |
Edição: | 1 |
Idioma : | Português |
Tipo de produto : | Livro |
Assuntos : | Pockets |
Assuntos : | Ficção de Suspense e Ação |
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